segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Habitat Natural

Campos, mesmo com toda a problemática, surpreende. Em meio a discussões sobre o Polo de Cinema, cursos de cinema e assuntos relacionados, eis que uma rapaziada passa despercebida dos cinéfilos da cidade. A equipe "Overcoming Skate Vídeo" de campos, produz filmes de skateboard genuinamente campista, na marra e com recursos limitados.

Conheci os irmãos Kelvin Kleine e Water Silva durante o último Festival ArtPoiese, mas foi num show de hardcore que fiquei sabendo que produziam filmes. As sequências são filmadas em diferentes locais de Campos com a ajuda de amigos. A modalidade majoritária é o 'street', em que as manobras são praticadas na rua, entre carros e pedestres.

A equipe já está no segundo DVD intitulado "Habitat Natural", que foi lançado no último dia 12 no SESC-Campos. Minha intenção era ir, tirar umas fotos e postar aqui, mas não pude comparecer. De qualquer forma publico o link do YouTube com o trailer - só tem quedas, mas garanto boas manobras no DVD.



O DVD pode ser adquirido por R$ 10,00 nas seguintes lojas:

Hang Way - Campos Shopping
Censura livre - Campos Shopping
Life Style - Atrás Do Shoping Avenida 28
Banca Do Coliseu - Praça são salvador

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Alexandre F. ganha prêmio CINE GATES

O criador deste blog, Alexandre F.,acabou de ganhar prêmio de melhor documentário em Brasília, no festival 3° Cine Gate's, com o seu "Mão Única?", segundo informa o Vitor Menezes no Urgente!.

Parabéns a ele!

Esperamos que volte pra Campos, ainda que seja por umas horas para mostrar seu curta premiado e deixe por um momento as comemorações em hoteis 5 estrelas com top-models e champagne Cristal.

domingo, 16 de novembro de 2008

Oficina Stop Motion

Fotos: Yuri Amaral

Como Alexandro já havia anunciado aqui, hoje teve oficina de animação dentro do Festival de Formas Animadas do SESC-Campos, com Telmo Carvalho e a equipe do Tusche Produções, de Nova Friburgo: Mariana Medina, Camila Medina e Felipe Sena.

Telmo e Mariana já haviam oferecido uma oficina de Stop Motion com massinha de modelar ano passado, também no SESC. Esse ano a técnica escolhida foi a Pixilation, basicamente uma animação em stop motion com pessoas.


O programa usado para capturar os frames é o Animator, que já organiza os planos conforme a imagem é capturada. Foi utilizado webcam e lap top. Bem simples. Mas pode-se usar filmadoras digitais para se obter melhores resultados.


O cenário é todo montado com velcro para permitir a manipulação dos elementos da cena e as personagens são caracterizadas com figurino e objetos. A imaginação ganha asas!

O resultado é muito gratificante e pode ser produzido com baixo custo. Qualquer um pode fazer em casa. Eu consegui baixar gratuitamente o Animator no ano passado, mas não encontrei o link para disponibilizar no blog. Na época fiz essa animação com Lego.



Fica aí a dica de mais uma ferramenta para produção audio visual.

sábado, 15 de novembro de 2008

Retrato de um fascista pop



Mais um exemplo de realização argentina sem grana (ver post anterior).

Esse aqui é parte do programa 'los videos de Peter Capusotto', que é emitido pelo canal 7 de Buenos Aires (o canal de tv Estatal).

Praticamente sem um tostão, Capusotto, o único protagonista, faz o melhor programa de humor portenho. 'los videos de Peter Capusotto' tem como desculpa falar do rock e das diferente tribos da música, e nesse percurso há roqueiros estupidamente rebeldes, emos, cantores de protesto que não conseguem finalizar suas músicas, e muitos outros.

Esse aqui va de exemplo: Micky Vainilla, um artista "pop" que somente quer divertir, embora seja um pouquinho nazista.

Há milhões de videos no Youtube do programa. Ainda sem entender direito o espanhol, dá pra rir só com a cara de Capusotto.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

FEITO EXTRAORDINÁRIO (?)


Pode um filme com 4 horas de duração, filmado em mini-dv, que não contou com nenhum apoio governamental e que teve um custo de 30.000 dólares comover à crítica cinematográfica de um país ao ponto de considerá-lo um marco da historia do cinema?

Na Argentina, sim. O conseguiu “Historias Extraordinárias” de Mariano Llinás. Um filme de aventuras que acontece na província de Buenos Aires, com três capítulos que se sub-dividem através de um labirinto de estórias – uma delas acaba na África!

Disse o crítico Quintin: “Os logros cinematográficos de Historias extraordinárias são múltiplos, mas só foram possíveis graças à maneira como foi produzido. È um filme exuberante cujo limite é a imaginação e seu secredo, a velocidade. No começo o filme se estrutura apartir de três histórias-base: a do X, que testemunha involuntariamente um crime no meio do campo e comete outro; a do Z, que descobre a vida dupla de seu antecessor no seu trabalho, e a do H, que deve localizar certos monumentos na beira do rio Salado. O filme é um hino à paisagem da Província de Buenos Aires, ao seu encanto oculto, à sua quase invisível magia marcada pela lentidão e carregada de obscuros mistérios. Em cada história há pelo menos uma que se divide por sua vez em outros mistérios e outras histórias. A realização de Llinás é notávelmente original: uma voz em off leva adiante a narração mas não de forma rotineira nem uniforme: as vezes adianta-se, as vezes acompanha o que se vê, as vezes substitui a história e outras desaparece. È um registro duplo que compõem um texto muito elaborado e imagens de sugestiva precisão.”

Esse é o tom médio da imprensa cinematográfica sobre o filme. As dificuldades de exibição devido a sua duração limitam bastante a possibilidade de divulgação de HE.

Saber se a obra é tudo isso que estão dizendo, só tendo a oportunidade de assistir ela. Mas a princípio é promissória a idéia de que um trabalho independente de verbas oficiais e filmado com recursos básicos possa gerar um entusiasmo tão grande numa comunidade.

Termino com as palavras de Leonardo M. D’Espósito.“O grande secreto do filme é que um monte de pessoas que amam muito o cinema acharam a forma de comunicar esse amor e contagiar seu entusiasmo por aquilo que estão fazendo e contando.”

Espero poder conferir, e curtir.

NÃO BAIXE ESTA CANÇÃO!


Não baixe esta canção. from Gustavo Oviedo on Vimeo.

Videoclipe de Weird Al Yancovick (aquele que faz parodias de grandes sucessos) com desenhos do nosso querido Bill Plympton. A legenda em portunhol é minha, saibam desculpar.

Um chamado à reflexão acerca dos perigos de baixar música pela internet.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Você sabe o que é Pixilation?

Pixilation, que para uns pode parecer um nome estranho, é uma técnica de animação stop motion, onde atores vivos (pessoas de carne e osso) são fotografados quadro a quadro, criando uma seqüência de animação. Alguns consideram o Pixilation uma das mais antigas técnicas de animação, utilizada pela primeira vez em 1911 por Émile Cohl no filme Jobard ne peut pás voir lês femmes travailler.  

E agora? Deu pra saber mais ou menos o que é Pixilation? Ficou interessado? Quem quiser saber um pouco mais, no domingo próximo, dia 16/11, acontecerá uma oficina gratuita no Sesc Campos às 10h. O responsável pela oficina Pixilation será o cineasta de animação Telmo Carvalho. È só dar um pulinho no sesc (ali na Alberto Torres) e fazer sua inscrição.

EL AMANTE TAMBÉM ODEIA

El Amante é a revista de cinema mais conceituada da Argentina, e também a que mais gosta de provocar o leitor. Um par de meses atrás teve a ousadia de culpar o espectador argentino pela baixa qualidade dos filmes exibidos nas salas portenhas (!)



Eles gostam também de fazer listas, dossiers e qualificações.

A seguir, a lista de El Amante dos filmes mais odiados pela redação:

- O Clube da Luta
"O importante aqui é a falta de sutileza e a obviedade sistemática e metódica, o bombardeio constante de imagens e consignas publicitárias, os gritos e a queixa vazia, o pessimismo sem graça, o excesso de testosterona, a violenta prepotência visual e verbal, e a própria construção do filme, planificado para justificar um final surpresa insustentável."

- 21 Gramas
"Ao terminar 21 Gramas não se extrai nenhuma moral, apenas se chega à conclusão de que o visto foi básico, leviano. O filme de Iñarritu é falso na sua pretensão de ser caleidoscópico para esconder uma singela unidimensionalidade."

- As Invasões Bárbaras
“Embora simule não ter piedade com as misérias do sistema, Arcand não pode ocultar a verdadeira raiz do seu filme: uma patética crônica do fracasso que se afasta da revisão crítica para encalhar num lugar mais conveniente, o da completa resignação que pretende esconder com pedanteria.”

- Shakespeare Apaixonado
“É verdade que ganhou o Oscar de melhor filme (no ano em que foi candidata Além da Linha Vermelha), mas sabemos que o Oscar é o que é, que pode premiar um filme de John Ford quanto uma coisa chamada Chicago”

- Dogville
"Dogville avança aos solavancos pelo seu roteiro de violência e redenção, castigando à vontade à heroína durante todo o trajeto para, no final, arrebentar todo mundo, na melhor tradição de um Deus arbitrário e inconstante."

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

COMO SE ESCREVE UM ROTEIRO


Untitled from Gustavo Oviedo on Vimeo.

No filme "O último magnata", Robert De Niro, no papel de um poderoso produtor, explica para o recém contratado escritor européio como é essa história de fazer filmes.

o steadycam do pobre


Tutorial: Building The $14 Steadicam from Rodney Smith on Vimeo.

Poor's Man Stabilizer, é assim que se chama essa engenhoca que promete deixar os movimentos de câmera mais fluidos. Um negocinho bastante fácil de armar e que embora não tenha a eficiência de modelos como o Merlin, vale experimentar pela simplicidade de construção.

Há vários vídeos tutoriais no Vimeo e no Youtube sobre como fabricá-lo. Mas eu gostei deste aqui por uma digressão: reparem no momento em que o rapaz faz o teste andando ao redor de sua casa. Como gostaria de morar nesse bairro!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

EXPERIENCIA DOF


film look com adaptador DOF from Gustavo Oviedo on Vimeo.

O adaptador DOF (DEEP OF FIELD/profundidade de campo) é um aparelhinho que se coloca entre uma câmera de video e uma lente fotográfica, com a finalidade de obter a dita profundidade de campo, ou seja, encurtar o segmento que ficará em foco.

Ele é um dos elementos a utilizar por aqueles que procuram uma "imagem cinemátográfica" quando não é possível filmar com película. Além dele é necessário aplicar outras técnicas, como a correção de gamma, filmagem em 24 quadros por segundo, etc.

No mercado(internet)existem adaptadores como Redrock e Letus, mas eles não são muito baratos, ainda mais agora com a disparada do dólar no Brasil.

O vídeo que realizamos foi utilizado um adaptador brasileiro, chamado Apefos, que é fabricado por um rapaz em BH. Embora de manufatura artesanal, o aparelhino é bem construído e seu custo bem mais em conta do que seus concorrentes americanos.

Com ele fizemos este piloto de comercial para o Shopping Av. 28, que não chegou a ser divulgado. Contamos com o grande apoio do pessoal de Quarteto em Mídia.

VIMEO. O youtube em HD

Vimeo é um site que permite assistir videos, à maneira do Youtube. Porém, algumas pequenas diferenças o fazem bem interessante. A primeira é a possibilidade de assistir filmes em HD (High Definition). Ao mesmo tempo, Vimeo disponibiliza 500mb por semana para quem quiser subir seus trabalhos (na conta gratuita -há um vimeo plus que oferece até 2gb por semana)

Possui uma interface bastante agradável e fácil de operar. E a subida de arquivos (uploads) é priorizada, o que é lógico dado que filmes em HD costumam ser enormes.
Em alguns casos, permite que o video em formato original possa ser baixado para nosso computador.

No Vimeo é dificil encontrar material de direitos reservados, tais como programas de tv ou filmes. É um espaço para realizadores independentes.

Como exemplo, vejam aqui o canal que ensina algumas técnicas de filmagem. Adaptadores de profundidad de campo, steady-cams caseiros e outros pequenos segredos revelados para o futuro cineasta.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Quantum of Solace




O 22º filme da série Bond que estréia amanhã no Brasil(e também em Campos), não empolgou muito à crítica argentina. Disse o site otroscines.com.ar:

"Além da seqüência de set pieces (com mais vertigem e adrenalina que surpresas e criatividade), é muito pouco o que tem para oferecer esta história pueril no aspecto político ( a descrição que faz da corrupção na America-latina é risível até ofender) e unidimensional na sua estrutura (o único motivo que mobiliza os personagens é a vingança). Custa entender que os mesmos roteiristas da bem mais audaciosa e obscura (e erótica e sedutora) Casino Royale, Neal Purvis, Robert Wade y Paul Haggis, tenham criado um filme tão singelo e que se tenha contratado um diretor que parece treinado por uma agência de publicidade pra vender os produtos (carros, hotéis e ternos) que aparecem na tela."

Mas, conferindo no termometro de críticas do Rottentomatoes.com, Quantum of Solace aparece com um 75% de críticas positivas.

Será questão de conferir.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Numa pobre cidade do interior (Romeno)




No próximo sábado vamos passar no Cine Clube Villa Maria o último filme do ciclo que chamamos “Cinema ao redor de uma mesa”: 12:08 A Leste de Bucareste. O filme romeno dirigido por Corneliu Porumboiu – Ganhou ano passado o premio Câmera de Ouro em Cannes para o melhor diretor estreante.

Filmes que acontecem num ambiente único são boas amostras de como é possível fazer cinema com poucos recursos. Se elementos tais como o ritmo, a mise en scène (como a cena é organizada) e atuações são sempre fundamentais para lograr um filme interessante, no caso em questão se transformam em absolutamente necessários.

12:08 A Leste de Bucareste, poderia ser filmado em nossa cidade. E não apenas por prescindir de recursos caros. Num programa de TV local de uma cidade perto da capital, tenta-se desvendar se a população local participou do movimento que derrocou o ditador Nicolae Ceaucescu. Para isso, são convidados um professor universitário que garante ter sido um dos “revolucionários”, e um senhor que esta lá apenas porque faltou um outro convocado.

Disse o crítico Marcelo Hessel do site Omelete.com.br: [...]“À discussão, portanto. A estrutura da narrativa se altera dentro do carro de Jderescu, no caminho para o estúdio. É como uma passagem, o sinal que divide no meio a equação de Porumboiu, um movimento de câmera para encontrar a perspectiva definitiva de olhar. A parte do debate toma o quarto final do filme, ou mais. Não há muito movimento cênico - a câmera fica fixa diante do três homens, voltados para ela. E é naquele espaço exíguo, com margem mínima de manobra tanto espacial quanto dramatúrgica, que A Leste de Bucareste cresce e nos ganha. Numa espécie de papo direto entre os personagens e o espectador, quando pela primeira vez temos os close-ups dos protagonistas, é que eles se revelam.”
“Porumboiu faz mágica. Flerta com a caricatura musicada, típica de um Kusturica, mas mantém a humanidade dos personagens - em especial, Manescu, protagonista formidável em sua complexidade, agarrando-se num último fio de dignidade. O diretor adere à comédia textual e do absurdo, mas deixa brechas para o humor físico. E insere seus comentários políticos sem panfletarismo, também no limite entre o registro da realidade pura e a licença poética.”
“É difícil explicar como um filme tão espartano em seu método e em suas imagens consegue nos passar a impressão de ser tão livre, improvisado, até. Para uma estréia (devidamente agraciada com a Camera D'Or em Cannes), a confiança de Porumboiu nas suas escolhas é notável.”


Sábado, 8 de novembro, 16:30h na Casa de Cultura Villa Maria

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Para esquentar o blog

No post de Alexandro sobre A Noite Americana fiz um comentário sobre Godard. O diretor suizo é quase uma unanimidade dentro do mundo cinéfilo e poucos se animam a criticá-lo. Mas o fato é que seus filmes não podem ser desfrutados. Quem os assiste como um inocente espectador disposto a ver uma história sairá defraudado, e o pior é que não poderá contar isso a nenhum cinéfilo sem correr o risco de ser chamado de ignorante!

Uma das poucas vozes que se atreveu a falar mal de Godard foi o diretor espanhol Fernando Trueba, ganhador do Oscar pelo filme Belle Epoque, em seu livro Dicionário do Cinema:

"Godard é o anti-Ford. Os filmes de Godard são realizados para a análise; não existem fora da literatura que geram. São a negação do cinema, seu fim, seu limite. Como naquelas representações medievais do planeta, Godard é o abismo onde toda comunicação perde por excesso, toda poesia desaparece por autoconsciência, toda verdade por fingimento. As obras primas de Godard são suas entrevistas, sempre mais interessantes do que os filmes que acompanham e que pretendem iluminar. O cinema de Godard é teórico e por isso é anti-cinema, o contrário ao cinema, que é só tempo enquanto a especulação teórica é a negação do movimento temporal, é um instante suspenso onde a vida pára para que seja possível o pensamento.
[...] Em 1952, Godard escreveu: “ diante da pergunta ‘o que é o cinema?’, primeiro responderei: a expressão dos belos sentimentos”. Ora, é difícil encontrar na história do cinema alguém que com sua obra tenha se afastado tanto dos seus propósitos iniciais. Pelo menos, isto é algo que nem os estudiosos de Godard se atrevem a contestar."

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Cine Clube Villa Maria

Para aqueles que ainda não sabem:

Ciclo cine ao redor de uma mesa

Amanhã 1 novembro, 16:30h:

12 Homens e uma Sentença (Twelve Angry Men) - Dir. Sidney Lumet - 1956 com Henry Fonda
Nomeado a três prêmios Oscar (Melhor Diretor; Melhor Filme e melhro Roteiro Adaptado)

Doze Homens e Uma Sentença (Twelve Angry Men) marcou a estréia na direção do então jovem cineasta Sidney Lumet, em 1957.
Inicialmente realizado como uma produção para tevê, o filme acompanha um júri composto de doze homens que devem julgar um jovem porto-riquenho acusado de ter assassinado seu próprio pai. Para o veredicto final, a votação tem que ser unânime e, se for considerado culpado, a lei determina para estes casos que o réu seja condenado à morte.
Doze Homens e uma Sentença é um estudo magistral do comportamento de grupo, através do enfoque do procedimento dos 12 jurados com suas diferenças culturais, pessoais e de formação, expressas em seus valores, preconceitos e falsas certezas .

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Impressões e reflexões sobre o filme "A Noite Americana" de François Truffaut, 1973.




A Noite Americana
(Nuit américaine, La, 1973)

Sinopse: Um dos filmes que melhor representa as loucuras que se passam em um set de filmagem. Um ator que fica deprimido porque sua noiva sai com um dublê, uma atriz que se entregou às bebidas e não consegue lembrar de suas falas e muitas outras confusões, que o diretor deve fazer de tudo para contornar, até gravarem uma das cenas mais importantes do filme: a que o dia deve ser transformado em noite artificialmente.

» Direção: François Truffaut

» Roteiro: François Truffaut, Jean-Louis Richard,Suzanne Schiffman

» Gênero: Comédia/Drama

» Origem: França/Itália

» Duração: 115 minutos

» Tipo: Longa

Sinopse e Ficha Técnica: Cine Players


Impressões e reflexões sobre o filme “A Noite Americana” de François Truffaut, 1973.

por Alexandro Chagas Florentino

Algumas áreas de pesquisa como a psicanálise, a iconografia e a semiótica têm discutido, de certo modo, as possibilidades que o audiovisual instaura na criação de “imaginários coletivos, expressão cara a Martín-Barbero (2004), enquanto ferramenta capaz de construir valores, diversidades e conhecimentos.

Porém não é difícil encontrar teóricos e estudos que condenem a produção audiovisual ao mundo do engano, da fabulação, que a confinem apenas à dimensão estética da arte, como uma ferramenta destinada a manipular e a persuadir, um grande simulacro e um mal a ser combatido.

No entanto, a metalinguagem utilizada por Truffaut em “A Noite Americana”, contribui para que possamos pensar a realização audiovisual como um mecanismo de representação do real capaz de veicular o ponto de vista de quem o realiza. E ao evidenciar o posicionamento de quem realiza, inevitavelmente, nos leva a refletir sobre a construção de olhares, cada realizador possui um ponto de vista ao produzir uma representação do real, o que acaba por contribuir para diversificação de olhares sobre a realidade.

Portanto, quando nos deparamos com uma projeção fílmica, deparamo-nos com o ponto de vista de quem a produziu, com sua maneira de ver e representar o mundo. Deste modo, a câmera funciona como mediadora entre o público e o filme, ou seja, mediadora entre o modo de interpretar o mundo do espectador e a perspectiva, a maneira de representar o mundo de quem realiza o filme.

Essa reflexão, creio, é importante, pois ainda há quem acredite que o cinema, a produção audiovisual, de uma forma geral, seja algo revelador, portador da verdade, porém “a imagem que recebemos compõe um mundo filtrado por um mundo exterior a mim, que me organiza uma aparência das coisas, estabelecendo uma ponte, mas também se interpondo entre eu (sic) e o mundo” (XAVIER, 1988, p. 369-370).

E é o que nos revela o travelling numa Nice cenográfica, logo no início do filme onde Jean-Pierre Léaud sobe as escadas e caminha em direção a uma cena de bofetada, cena esta que é repetida até o Diretor do filme "Eu Vos Apresento Pamela", Ferrand, concluir que ficaram boas as filmagens. Ou seja, deliberadamente um processo de escolhas.

Outra situação importante, e que é evidenciada ao vermos expostas as “entranhas” de uma produção cinematográfica, é o “debate” a cerca da importância da forma, da estética, da estrutura de realização, de todo o texto cinematográfico. Pois é recorrente vermos debates, sobretudo nos meios de comunicação, que levam em consideração apenas o assunto do filme, com isso discutindo-se apenas seu enredo.

No entanto, a forma é tão importante quanto o assunto, pois é a forma, a estética, que faz esse assunto ser transmitindo da forma mais eficaz, segundo critérios de quem realiza o filme.

Referências

MARTÍN-BARBERO, Jesús e REY, Germán. Os exercícios do ver: hegemonia audiovisual e ficção televisiva. 2ª ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004.

XAVIER, Ismail. “Cinema: Revelação e Engano”, p. 367-383. In: NOVAES, Adauto (org). O olhar. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Soy un monstruo de dos cabezas...

jornalista por formação. cineasta de coração. atuação. alguns dizem que escritor. isso. pelo (mal) hábito de destilar prosas por aí. assim sendo. componho o aglomerado terra plana de literatura. grupo literário. grupo que acomete contos. contos por terras planas. campos dos goytacazes. norte fluminense. rio de janeiro. e como tal. gosto de experimentar. experimentar as possibilidades da linguagem. assim mesmo. tudo minúsculo. muitos pontos. sem vírgulas. acessórios. tudo corrido. alexandro F. assim me chamam. um existencialista em descaso. desuso. vivo a vida como se fosse uma guerrilha. assim. un monstruo de dos cabezas.